sexta, 19 Abr , 2024
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Cirurgias e o COVID-19

há 2 anos

Há mais de um ano estamos vivendo sobre a pandemia do COVID-19 causada pelo coronavírus. Essa doença afetou nossas vidas, rotinas e trabalho. O comércio, restaurantes, escolas, tudo foi de alguma maneira afetado, inclusive as rotinas hospitalares e cirúrgicas.

Em Março/Abril de 2020, inicio da pandemia no Brasil, as cirurgias eletivas (agendadas, não urgentes) haviam sido suspensas. O objetivo era diminuir a circulação de pessoas e economizar recursos hospitalares para um possível pico de internações e ajudar a achatar a curva de contaminação. Vimos que a doença avançava, porém de maneira que a capacidade do sistema de saúde ainda suportava, então as cirurgias voltaram a ser realizadas normalmente. Mas tudo isso mudou em 2021.

Com as novas cepas, mais agressivas, o numero de infecções, hospitalizações, óbitos e uso de recursos hospitalares (leitos, medicamentos, oxigênio, pessoal) explodiu. Os hospitais públicos e particulares tiveram lotação máxima, sendo necessário novamente suspender as cirurgias eletivas.

Agora com o avanço da vacinação, maior produção de insumos hospitalares e demais medidas de controle da doença as coisas tendem a iniciar a normalização. Com isso as cirurgias estão voltando, de maneira lenta e gradual.

Importante ressaltar que a proibição das cirurgias não tem como objetivo impedir a contaminação do paciente, já que as áreas de atendimento aos doentes de COVID não é a mesma dos pacientes cirúrgicos. O risco de contaminação em ambiente hospitalar é baixíssimo! As áreas físicas são completamente separadas e também materiais e funcionários. Durante as fases de maior lotação hospitalar pela pandemia as demais alas estiveram quase vazias.

Outro fator considerado é a possibilidade do paciente se contaminar próximo ao período cirúrgico, o que provavelmente aumenta a gravidade da COVID-19 e atrapalha a recuperação cirúrgica. Para isso recomendamos maior atenção ao isolamento e cuidados antes e depois da cirurgia, além de evitar operar qualquer pessoa com o mínimo sinal de doença ativa (sempre isso mesmo antes da pandemia, qualquer sinal de resfriado e optamos por cancelar a cirurgia).

Atualmente recomendamos aguardar um período de 7 semanas após a cura da doença para realizar cirurgia. Estudos mostram que antes desse período os riscos de trombose, embolia e outras complicações são maiores.

É fato que muitas pessoas querem aproveitar o período de menor atividade no trabalho, home office, fechamento das escolas e isolamento social para realizar suas desejadas cirurgias. A época é propicia para uma recuperação tranquila e poder ficar em casa sem perder eventos sociais e laborais. Entretanto não podemos negar a situação do país, da pandemia ou negligenciar a segurança e cuidados. A retomada será gradual, iniciando com as cirurgias menores, mais simples, de menores riscos e com pacientes de baixo risco (sem doenças associadas, menor idade, etc).

As cirurgias e normalidade estão retornando. Os cuidados e segurança sempre devem ser prioridades, sempre seguindo cuidadosamente critério técnicos e científicos. Acredito que nas próximas semanas e meses voltaremos a boa e velha rotina, mais preparados e melhores. Cuidem-se!


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