sexta, 26 Abr , 2024
evidencia

Nós trabalhamos por vocês!

há 3 anos

• Fotos de Capa: Pedro Júlio Photografias • Textos e Reportagens: Natália Tiezzi Manetta • Direção, Criação e Produção: Marcelo Trinca • Criação e Diagramação: Agência Boomerang

O isolamento social fez com que nos afastássemos uns dos outros, principalmente de nossos familiares, amigos. Entretanto, se há algum ponto positivo diante dessa terrível Pandemia, é o reconhecimento que, felizmente, o mundo está tendo com profissionais que tantas vezes passavam despercebidos ao nosso dia-a-dia.

Começamos a enxergar que sem eles ficaria ainda mais difícil enfrentar essa nova doença, a quarentena, situações incomuns que nos fizeram notar a importância de trabalhos comuns e agradecermos por uma simples entrega que alimenta o corpo, um atendimento que acalma a dor, uma palavra que cura a alma...

E Evidência Revista também não poderia deixar de mencionar cada um destes profissionais da chamada “Linha de Frente” da Pandemia. Pessoas que arriscam suas vidas para garantir a nossa. Que prestam muito além de um simples atendimento: ensinam-nos o que é ter coragem, dedicação e principalmente amor à profissão.

O intuito dessa publicação especial de capa de nossa Evidência é prestar uma singela homenagem a estes e a tantos outros profissionais que mesmo diante do medo, incertezas, cansaço físico e mental não deixaram seus postos de trabalho.

Cada qual à sua área, eles garantem um pouco de conforto e alento a todos nós neste período atípico que vivemos. Os registros fotográficos foram realizados no Recanto Euclidiano pelo profissional Pedro Júlio Photografias, com produção e direção do editor e proprietário da revista, Marcelo Trinca, respeitando todas as determinações da Organização Mundial da Saúde de prevenção ao Novo Coronavírus.

Evidência Revista convida você, leitor, a conferir as próximas páginas e vivenciar um pouquinho do que esses profissionais tem a nos dizer e também a nos ensinar. São eles: Marcelo Galotti, Médico Infectologista; Gisele Cristina Santos Flausino, enfermeira coordenadora da Vigilância e Saúde; Michele Vitorino Alves e Paulo César Ribeiro, enfermeiros da Santa Casa; Amanda Ferreira Viana e Graziele Serafim de Carvalho, enfermeiras do Centro de Referência da Unimed; Luís Eduardo Gervásio João, farmacêutico; José de Paula Maciel e Márcia Elias, socorristas do SAMU; Eduardo Souza Silva e Paulo Cézar Colombo, soldados do Corpo de Bombeiros; Paulo Roberto Magalhães e Danilo Leôncio Cândido, Policiais Militares; Cléber da Costa Gonçalves e Graziele Bernardo Soares da Silva, colaboradores da Nestlé Rio Pardo; Adriana do Carmo Safariz, colaboradora do Frango da Villa; Marcelo Boldrin, colaborador do supermercado Compra Certa; Gilberto da Silva Farampa, frentista no Posto R3 Rondinelli; Carlos Augusto Gonçalves Thereza, caminhoneiro da Carlos e Edgar Hortifruti; Marcelo da Silva e Adriano Rodrigues, profissionais da limpeza que trabalham na coleta de lixo.

Aos entrevistados e todos os demais profissionais indispensáveis para nossa saúde e sobrevivência, nosso carinho, reconhecimento e uma salva de palmas.

Dr. Marcelo Galotti: O médico, o amigo, o conselheiro

Diante da Pandemia, talvez um dos profissionais que mais tiveram suas rotinas modificadas, já atribuladas naturalmente, foram os médicos. Para representar essa classe essencial para o enfrentamento da doença, nosso homenageado é o médico infectologista Marcelo Galotti.

Nas últimas semanas, ele sentiu sua rotina mudar: inúmeras reuniões com as equipes da Saúde Pública, Santa Casa, médicos, além de entrevistas às mídias, pois todos querem informações acerca do assunto. Com a sabedoria e calma peculiares, Galotti vem informando a população e contribuindo com a equipe de Saúde Pública, já que faz parte do Comitê de Prevenção ao Covid-19 na cidade.

O médico sempre destaca que a melhor medida de prevenção é o isolamento social, bem como a higiene das mãos. Galotti tem sido fundamental nestas explicações, as quais ele usa sua linguagem popular à comunidade.

“Sabemos das dificuldades que todos estão passando, inclusive os comerciantes e população em geral frente a um inimigo desconhecido, que é o Coronavírus. Portanto, o momento é de prevenção. O isolamento é eficaz para diminuir o contágio e evitar uma ‘explosão’ de casos confirmados de uma só vez, o que sobrecarregaria o Sistema de Saúde”, pondera o médico em praticamente todas as suas entrevistas.

Ao Dr. Marcelo Galotti, nosso muito obrigado pelos cuidados à comunidade, às informações e à dedicação à profissão, que desempenha sempre com muito respeito e ética.

 


Gisele Cristina Santos Flausino, enfermeira coordenadora da Vigilância e Saúde.

 

FARMÁCIA: Luís Eduardo Gervásio João, farmacêutico 

Qual foi a principal alteração na rotina com a Pandemia?
As principais mudanças em nossa rotina foram para dar maior segurança aos nossos clientes e colaboradores, dentre elas se destacam a intensificação das medidas de higiene pessoal, limpeza do ambiente de trabalho e objetos de uso frequente, limitação de pessoas no interior da lojas com fornecimento de máscara para cliente com tosse e álcool gel para todos que adentram a farmácia. Medidas as quais já estávamos realizando desde o dia 18 de março, quase uma semana antes dos decretos. Diversas outras medidas foram tomadas para minimizar os riscos de contaminação de nossos clientes e colaboradores como, por exemplo, todos colaboradores utilizando máscara, carro próprio para levar e trazer os que utilizavam transporte coletivo, férias para os colaboradores do grupo de risco, dispensa ou férias para colaboradores que apresentam sintomas de resfriado ou gripe, incentivo para uso do delivery e calçado exclusivo para uso no trabalho com higienização a cada troca. 

Qual é a atuação do farmacêutico frente à pandemia? As pessoas estão com medo?
A farmácia é um estabelecimento de saúde que é frequentemente a primeira opção dos pacientes que procuram um tratamento para males menores, como resfriado e gripe. Nós temos a responsabilidade de orientar esses pacientes com relação aos sintomas do COVID-19, as medidas de higiene pessoal e distanciamento para que se diminua o risco de transmissão, e também em qual momento ele deve procurar o atendimento de emergência ou hospitalar que, atualmente, a orientação é quando apresentar dificuldade respiratória (falta de ar).
Mas, afinal, o que mais nos chama atenção até o momento, é a grande procura dos clientes de produtos para aumentar a imunidade e para tratamentos dos sintomas emocionais, como ansiedade, insônia, medo e irritabilidade. O momento que estamos vivendo é único em nossa história, é tudo novo, a doença, o isolamento e, principalmente, as incertezas com relação ao futuro, o que faz desencadear os sintomas acima mencionados. E nesse sentido, também podemos ajuda-los com os florais, homeopatia, aromaterapia e fitoterápicos! Uma dica rápida para aliviar esses sintomas, é tentar ao máximo se desconectar das notícias e quantidade de informação que nos chega principalmente através das redes sociais, acredito que todos já sabemos o que deve ser feito, acompanhe somente um canal de notícia e oficial, do governo de preferência. Utilize o tempo livre, se for o seu caso, para desacelerar e curtir as pequenas coisas.

Como farmacêutico, qual o principal aprendizado com tudo isso que mundo está vivendo?
O mundo inteiro está sofrendo com essa Pandemia, e como farmacêutico, eu acredito que maior valorização, reconhecimento e incentivo aos profissionais de saúde seja um grande aprendizado. Eles estão lutando com unhas e dentes, colocando a vida em risco para cuidar dos infectados, descobrir tratamentos e vacinas. 

Uma mensagem:
Acredite, tenha fé e esperança em dias melhores, pois estes certamente virão! Tenho certeza que sairemos dessa fortalecidos como pessoas e humanidade, porque apesar de tudo, os sentimentos bons, como amor ao próximo e a solidariedade tem se aflorado pelo mundo todo! Vamos seguir as recomendações oficiais! JUNTOS, VAI DAR CERTO!

 


Adriana do Carmo Safariz, colaboradora do Frango da Villa.

 


Cléber da Costa Gonçalves e Graziele Bernardo Soares da Silva, colaboradores da Nestlé Rio Pardo.

 

SUPERMERCADO: Marcelo Boldrin – Proprietário no Supermercado Compra Certa

Quais produtos as pessoas estão comprando mais nesta pandemia?
Neste momento do COVID 19 os clientes estão à procura de produtos antibactericidas, todos os tipos de álcool, água sanitária, cloro, desinfetante. Além dos produtos básicos como arroz, feijão, açúcar, óleo, sal, entre outros. 

O que mudou na rotina dos atendimentos?
Estamos atendendo conforme decreto estabelecido, controlando o fluxo de clientes, disponibilizando álcool em gel, uso de máscaras, luvas, pelos funcionários e também higienização da loja com produtos adequados.

As pessoas estão mais solidárias?
Sim, muitos dos nossos clientes estão fazendo suas compras e se disponibilizando a comprar para pessoas próximas, consideradas como grupo de alto risco e também ajudando a diminuir o número de pessoas nas ruas. 

Uma Mensagem:
Esse é um momento de união. Que possamos juntos enfrentar esse momento como seres altruístas. Mudando nossos hábitos, nossa rotina, respeitando as recomendações e sempre pensando no próximo, para que logo nos reencontremos para um abraço caloroso, em que tudo será apenas passado.

 

SAMU: José de Paula Maciel Neto - Médico Regulador/Intervencionista no SAMU Regional São João da Boa Vista - Base Rio Pardo e Márcia Elias 

A POPULAÇÃO ESTÁ RECONHECENDO MAIS O TRABALHO DE VOCÊS DIANTE DA PANDEMIA?
Sim. Hoje, tanto por manifestações em redes sociais quanto na mídia, estamos recebendo uma maior atenção e valorização. Porém, não mudamos nosso comprometimento e dedicação para com o paciente apenas em decorrência desta pandemia. Estamos desenvolvendo nosso trabalho pautados nos mesmos ideais que sempre tivemos. 

O QUE MUDOU NA ROTINA?
Obviamente estamos redobrando os cuidados que sempre tivemos. Eu, e acredito que vários colegas, tivemos a necessidade de nos isolar dos familiares no grupo de risco para protegê-los, já que estamos na linha de frente, o que acaba nos deixando de certa forma tristes. Entretanto é uma medida necessária neste momento. 

VOCÊS JÁ ATENDERAM ALGUM PACIENTE COM SUSPEITA DE CORONAVÍRUS?
Nosso serviço está totalmente preparado e equipado para atendimento de quaisquer casos de Covid-19, desde os quadros leves aos mais graves, inclusive se necessidade de remoção destes para outros hospitais. Alguns colegas já atenderam casos que posteriormente testaram positivo para a doença, eu, até o presente momento não atendi nenhum. 

UMA MENSAGEM:
Nós, profissionais da saúde que escolhemos esta profissão e a desempenhamos sempre com diligência, pedimos que a população se conscientize de que estamos diante de uma pandemia com sérios impactos na saúde e sigam com veemência as recomendações das autoridades e do ministério da saúde.

 


Marcelo da Silva e Adriano Rodrigues, profissionais da limpeza que trabalham na coleta de lixo.

 


Paulo Roberto Magalhães e Danilo Leôncio Cândido, Policiais Militares.

 

POSTO DE COMBUSTÍVEIS: Gilberto da Silva Farampa - colaborador do Posto R3 Rondinelli 

Você tem medo de trabalhar e ficar exposto ao vírus?
Medo de trabalhar não. Mas sim medo de contrair o vírus no trabalho, pois por lá passa muitas pessoas e que a gente nem sabe de onde estas pessoas estão vindo né... e nem com quem elas tiveram contato! Então meu medo é de contrair o vírus no trabalho e acabar levando este vírus para casa onde tem crianças, idosos.

As pessoas aumentaram ou diminuíram as idas aos postos?
Teve uma queda bem significativa sim nas idas das pessoas ao posto, até pelo fato das lojas estarem fechadas e as escolas também, pois a gente tem um público ótimo das mães de alunos, professores e também as pessoas que trabalham no comércio no centro da cidade. Estas pessoas estando em casa vai ter menos gastos de combustível, portanto, vão menos aos postos.

Qual o sentimento em ver as ruas mais vazias, principalmente vocês que estão sendo cercados por muitas pessoas no dia-a-dia?
É estranho ver as ruas vazias. No primeiro momento da a impressão de ser feriado, mas assim tá sendo todos os dias! Esperamos que logo passe esta fase ruim, pois isso está afetando muitas pessoas. Tomara Deus que tudo volte ao normal o quanto antes. 

Uma mensagem:
Que todos tenhamos fé em Deus, pois que tudo vai se resolver e também que todos se protejam: quem puder ficar em casa, fique, para que este vírus não se alastre mais. Que as pessoas entendam que isso não é brincadeira isso é sério demais, se não fosse tão sério o mundo não pararia! Então se cada um fizer sua parte logo a gente vence este vírus. Juntos somos mais fortes!

 

PROFISSIONAIS DA SAÚDE: Colaboradoras Amanda Ferreira Viana e Graziele Serafim de Carvalho da Unimed Rio Pardo 

Qual foi a principal mudança com relação ao trabalho durante a Pandemia?
Diante do novo cenário foi necessário reorganizar a estrutura física e organizar todo um serviço especifico para o atendimento de possíveis casos do Covid-19, além da reorganização do espaço foi necessário muitos treinamentos e adaptação e novas rotinas e normativas.

O que é pior: medo, desgaste físico ou mental diante do Coronavírus?
O medo todos nós temos, porém este não pode ser maior do que nossa missão. A maior dificuldade está relacionada ao desgaste psicológico e físico.

Diante dessa situação, qual a principal lição que aprenderam?
Não podemos dizer que foi uma lição, mas sim que devemos estar sempre preparados para atuar em situações de grande impacto social. 

Uma mensagem:
Como todo serviço de saúde o que nós pedimos, é que a população sega as orientações dos órgãos competentes, que acessem os serviços de saúde somente em casos de urgência. Estamos empenhados em apoiar no contenção do avanço do Covid-19, sabemos que o sucesso de todo trabalho depende da colaboração da população com quem esperamos contar, confiantes de que em breve tudo isso vai passar.

 

PRONTO SOCORRO E SANTA CASA: colaboradores Michele Vitorino Alves Ferreira e Paulo César Ribeiro.

Qual foi a principal mudança com relação ao trabalho durante a pandemia?
Nas últimas semanas, nós da Enfermagem, como também todos os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar presenciamos nossa rotina de trabalho mudar. Agora usamos máscara o tempo todo e vivemos a incerteza de quando receberemos pacientes confirmados com o COVID – 19, o que nos gera uma certa ansiedade e também medo, pois somos profissionais, mas acima de tudo, somos seres humanos, também temos família e tememos por ser contaminados e contaminar nossos familiares, pois estamos na linha de frente todos os dias. 

O que é pior: medo, desgaste físico ou mental diante do Corona vírus?
Com certeza o medo, mas também a insegurança e apreensão com o avanço da doença. Não tememos apenas o próprio contágio, mas também a transmissão para família, o que nos faz mudar até a rotina dentro de casa. Os índices de contaminação entre profissionais de saúde são altos, o que traz muita preocupação. 

Diante dessa situação, qual a principal lição que aprenderam?
Que não estamos sozinhos, a solidariedade entre as pessoas, a confiança nas informações e a cooperação entre países são requisitos para vencermos o vírus. É necessário reduzir todas as possibilidades de sucesso que a doença possa ter, e isso pode ser feito com um conjunto de princípios fundamentais e práticos para combater um mal que atinge todas as pessoas e que desconhece fronteiras. 

Uma mensagem:
Vamos cuidar uns dos outros e de nós mesmos. Vamos enfrentar essa crise com coragem e empatia pelo coletivo, pois ela irá passar, estamos juntos, permaneçam em casa. Que possamos nos cuidar e ficarmos bem ao longo desse desafio coletivo para oferecer cuidado. Que possamos contar com a conscientização e colaboração de todos para atingirmos o bem!

 


Eduardo Souza Silva e Paulo Cézar Colombo, soldados do Corpo de Bombeiros 

 


Carlos Augusto Gonçalves Thereza, caminhoneiro da Carlos e Edgar Hortifruti.

 

 



 

Fotos: Pedro Júlio Photografias

 


COLUNISTAS