O visual industrial não era conceituado como um estilo de design, até que começaram a surgir os primeiros movimentos da arquitetura moderna, que revolucionaram todo o cenário da arquitetura mundial nos anos 1920, com arquitetos como Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Mies Van Der Rohe, Walter Groupius, e a escola de artes alemã, Bauhaus. Durante o movimento modernista, houve a rejeição aos estilos históricos da arquitetura, os quais faziam uso de muita ornamentação em suas composições, e passaram então a ser criticados por serem supérfluos e superficiais.
Os arquitetos modernos adotaram o conceito de funcionalidade e simplicidade; “menos é mais” (MIES VAN DER ROHE). Foi quando surgiu a ideia de que as necessidades humanas deviam ser prioridade na hora de projetar. Foi também nessa época, sob a coordenação do arquiteto modernista Hannes Mayer que o design industrial ganhou evidência na Bauhaus, não como um estilo arquitetônico, mas com a produção de mobiliários funcionais, com visual "clean".
Em seguida, em Nova York nos anos 1950, antigas fábricas desocupadas passaram a servir como moradia para profissionais liberais, como os artistas e artesãos, que usavam o local como residência integrada a seus ateliês, os chamados Lofts.
A revitalização de seus entornos, os preços mais acessíveis, somados a visibilidade que os lofts ganharam em filmes como Ghost e Flash Dance, os tornaram mais que um estilo arquitetônico; um estilo de vida desejado na época.
As principais características dos lofts eram a presença de um pé direito alto, podendo contar com um mezanino, normalmente utilizado como quarto; planta livre (sem divisões internas), em prol de ambientes conjugados; iluminação natural garantida por grandes janelas; colunas de sustentação; tijolos e tubulações aparentes. Conceitos antes já estudados e praticados por Le Corbusier em uma de suas obras de maior destaque, a Villa Savoye, construída na França, a grande precursora na utilização de planta livre.
Esse visual veio à tona com muita força em 2016 e ao que tudo indica, irá perpetuar. Os novos modelos de apartamentos, cada vez menores, pedem por alternativas funcionais e elegantes. O que é possibilitado nos modelos tipo loft. Por terem poucas divisões, a funcionalidade fica garantida, possibilitando uma vasta gama de composições super modernas e cosmopolitas.
Outra vantagem do estilo industrial, também chamado de estilo INC, é que além de oferecer plasticidade, oferece também preços acessíveis. Já que a vertente queridinha do momento não pede por revestimentos e reforça a escolha de materiais mais básicos de
construção. O ponto chave do INC é manter o ambiente com um aspecto mais cru, uma vez que a intenção é fazer referência às fábricas que deram lugar aos primeiros lofts em NY.
Casa Nua / Taller Estilo Arquitetura
Casa Nua / Taller Estilo Arquitetura
Casa Nua / Taller Estilo Arquitetura
Apartamento projetado por Studio Alencar - Apartamento projetado por Mobly
Suas principais características são: a utilização de cores sóbrias e texturas como madeira, concreto e tijolos aparentes; tubulações à vista; fios expostos e lâmpadas sem lustre; ou com os desejados lustres aramados do momento — aqueles mega fofos com formatos de diamantes geometrizados --, que dão um ar mais contemporâneo em qualquer ambiente.
O concreto queimado pode ser utilizado tanto no piso, quanto na parede ou no teto. As paredes de tijolinhos tradicionais, podem dar lugar aos tijolos destroyed — aqueles bem acabadinhos, que estão super em alta também. As tubulações visíveis são práticas e funcionais na hora da manutenção, pois dispensam aquele quebra-quebra na hora da obra. Os conduítes podem ser em aço galvanizado, com acabamento metálico ou de PVC. Além de oferecerem praticidade, criam ambientes com muita personalidade.
As cores que norteiam o estilo são os tons de cinza, preto, branco e variações terrosas. Vale usar objetos e móveis com cores vibrantes em ambientes neutros, o visual fica incrível.
Cuidado: não basta deixar o ambiente sem pintura, com concreto e tijolos à vista para se ter um espaço decor industrial. Os móveis e acessórios devem estar em harmonia com a decoração, caso contrário, causa a impressão de desleixo e de inacabado.
Para reproduzir um ambiente com design INC sem errar, o segredo é o equilíbrio. Por exemplo, uma mesa feita com madeira de demolição e canaletas compradas no ferro velho e reformadas, usada juntamente com as maravilhosas e atemporais cadeiras Eames Eiffel, do casal de designers Charles e Ray Eames (EUA).
Apartamento projetado por Maxma Studio
Apartamento projetado por SP Studio
A dica é mesclar o rústico com o moderno e o glamuroso, harmonizando a decoração no melhor do estilo Hi-low (alto e baixo), que também é tendência no mundo da moda — mesclar peças de grife com peças básicas reaproveitadas. Afinal, equilíbrio é tudo. Mas se houver dúvidas na hora de decorar, a frase que deve nortear qualquer decisão é: Menos é mais!