De seis em seis meses, os profissionais do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooperativa Regional de Cafeicultoresem Guaxupé, a Cooxupé, participam de um workshop para atualização profissional, levando novos conhecimentos para o produtor no campo. O último evento aconteceu em junho, no auditório da matriz da cooperativa. Aproximadamente 80 técnicos participaram do encontro.
Aproveitando a oportunidade da realização do Workshop, a empresa Yara promoveu no dia 06 o seu IV Simpósio sobre Nutrição do Café, também para compartilhar informações e atualidades entre os técnicos da cafeicultura. Com início às 09h, a programação contou com a presença de José Antônio Quaggio, do IAC de Campinas, que falou sobre as boas práticas de manejo da fertilidade do solo para a cultura cafeeira. Tiago Reis, da Yara, apresentou os resultados do Programa NossoCafé. Outro tema tratado no Simpósio foi “Fisiologia da nutrição mineral: o caminho pelas folhas do cafeeiro”, abordado por Paulo Mazzafera, da Unicamp/Esalq.
No dia 07, entrou em cena a programação do Workshop trazendo o lançamento de um nematicida biológico, sustentável e visto com bons olhos pelos compradores de café. Depois disso, o professor Paulo Sentelhas, da Esalq, fez palestra sobre a relação Clima X Pragas X Doenças e, na sequência, Tiago Santos, da Monsanto, falou sobre as novas tecnologias para o controle de plantas daninhas. Profissionais da Cooxupé comentaram sobre o mercado de insumo, a importância da análise de solo e Funrural e, em seguida, o professor Pedro Luz, da USP de Pirassununga, trouxe reflexões sobre o elemento Fósforo.
Já no dia 08, o Workshop começou com uma avaliação da Cooxupé em relação aos cooperados Nespresso. As palestras ainda abordaram a importância da utilização do gesso agrícola como condicionador de solo e melhorador do sistema radicular da planta em profundidade. A safra e as plataformas online trabalhadas pela cooperativa também foram apresentadas pela Cooxupé durante a manhã. No período da tarde, a programação seguiu com mais um lançamento de um nematicida, desta vez químico, sendo uma nova alternativa de produto para o mercado. A última palestra foi a do professor José Paulo Molin, da Esalq Piracicaba, que abordou a Agricultura de Precisão. A equipe técnica da Cooxupé viu que esta prática ainda não é bem desenvolvida na cultura do café e que a forma correta para fazê-la é por meio de zonas de manejo, ou seja, não com grades amostrais pré-definidas, mas sim com a divisão das zonas do solo em glebas homogêneas. O docente ainda explicou que, ao invés de uma amostra ser retirada a cada um ou dois hectares, o ideal é a cada meio hectare, o que significa mais exatidão nos resultados sobre as variações do solo.
Equipe do Departamento de Desenvolvimento da Cooxupé.
“A princípio, a agricultura de precisão é tratarmos de maneira específica cada mancha de solo diferente, ou seja, o talhão que precisa de calcário receberá a aplicação deste produto; aquele talhão que não precisa não recebe a aplicação. Essa medida serve não só para o calcário, para a correção de solo, mas também para a aplicação de fósforo, potássio e, às vezes, outros micronutrientes em taxas variáveis, conforme a necessidade de cada mancha. Por isso é interessante às análises a cada meio hectare”, explica o engenheiro agrônomo da Cooxupé Eduardo Rene da Cruz. Ele ainda explica que tanto as análises de solo comum quanto às feitas pela agricultura de precisão devem acontecer agora, durante a colheita. “Isto é para que o cafeicultor tenha tempo para se programar e adquirir os insumos necessários nas campanhas de vendas de fertilizantes”, acrescenta.
O gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário Ferraz de Araújo, faz um balanço positivo desses três dias de atividades. “É muito importante que os nossos profissionais estejam sempre atualizados, principalmente por estarem em contato direto com os cooperados no campo. Por isso, estimulamos sempre a realização e a participação deles em eventos que ampliem conhecimentos e informações. Ganha a cooperativa, com uma equipe cada vez mais profissionalizada, e os cooperados, que recebem assistência destes técnicos cada vez mais preparados com as tendências do mercado, levando as melhores soluções para cada necessidade dos nossos produtores”, afirma.
Técnicos da Cooxupé se atualizam para levar novos conhecimentos e possibilidades para os cooperados.