Com o crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre, em comparação com o mesmo trimestre de 2016, começamos a falar em saída da crise ou em retomada econômica. Mas isso é fato consumado? A resposta é simples: não é fato consumado. Ainda não podemos garantir que viramos o jogo e que estamos em um viés de alta.
Todos os dados que observamos até agora não são suficientes para datarmos o fim da recessão econômica. Um exemplo é que se o agronegócio não tivesse números positivos históricos, o PIB teria crescido apenas 0,2%. Outros fatos nos obrigam a ter cautela ao fazer qualquer diagnóstico: os números do endividamento das famílias, que ainda continua muito alto e o desemprego, que atinge o alarmante número de 14 milhões de brasileiros da população ativa. Além disso, ainda temos as incertezas políticas que prejudicam a análise positiva da retomada da economia, assim como as dúvidas de como, quando e quais reformas serão votadas.
Mas de qualquer forma não podemos ignorar que esse aumento do PIB quebra uma sequência de oito quedas consecutivas. Assim podemos ter um suspiro, um alívio no sentido que o “moribundo econômico” ainda respira. Também no viés positivista da análise, podemos salientar a queda na taxa de juros básica (SELIC), que ainda não refletiu de forma expressiva no varejo, mas que quando acontecer em prática pode e deve ajudar muito da retomada econômica.
Olhando para um futuro próximo, há análises prevendo que no próximo trimestre teremos uma retração, ou seja, queda na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. As análises para o ano todo foram revistas e todas apontam piora em relação ao crescimento. No começo do ano acreditava-se em um crescimento de 1%; agora, com o atual cenário politico- econômico, as previsões mais positivas falam em um crescimento de 0,40%.
Concluo que não podemos achar que a economia virou o jogo e que caminharemos em solo rígido e fértil em breve. Mas tenho certeza que, em recessões como a que vivemos, com alto nível de incerteza, desemprego e endividamento, a recuperação econômica nunca é rápida. Outra certeza é que rearranjo econômico estruturado, sempre suplantou as recessões.
Forte abraço até mês que vem! Companheiro Dinheiro!