Fotos de Capa: Pedro Júlio Photografias • Textos e Reportagens: Natália Tiezzi Manetta • Direção, Criação e Produção: Marcelo Trinca • Criação e Diagramação: Agência Boomerang
Acasos, destinos, histórias que se cruzam e se não fosse por elas talvez não teríamos o privilégio de termos em nossa cidade profissionais tão queridos e competentes em três especialidades médicas, entre elas a Gastroenterologia, a Pediatria e a Oftalmologia.
É com muita satisfação que contaremos a vocês, amigos leitores, um pouco da história dos casais de médicos, Dr. Edmilson Rocha de Souza – Dra. Teresa Cristina Bortot de Souza e também de seu filho mais velho, Dr. Bruno Bortot de Souza e sua esposa, Dra. Fernanda da Silva Leal de Souza nesta edição especial de março.
A família recebeu a equipe Evidência Revista na ampla e moderna clínica, onde cada um exerce com muito respeito e excelência suas respectivas especialidades. Pai, mãe, filho e nora falaram sobre a época acadêmica, as dificuldades enfrentadas no início da carreira, bem como os serviços médicos e as novidades em aparelhos que a clínica disponibiliza a seus pacientes.
“Assim como em outras áreas, a Medicina é muito dinâmica, principalmente com relação aos aparelhos que nos auxiliam nos diagnósticos diários. Exames que só poderiam ser feitos fora de São José já estão sendo realizados aqui na clínica, como por exemplo, tomografias de coerência óptica (OCTs), biometrias ópticas e procedimentos a laser, num sinal de evolução e acompanhamento das novas tecnologias e de atenção, comprometimento e respeito aos pacientes, que não precisam mais se deslocar a outros municípios para realização destes procedimentos”, explicou Dr. Bruno.
Ele, assim como a esposa, Fernanda, iniciaram suas carreiras juntos e se destacam como oftalmologistas, cada qual especialista em áreas distintas, mas que encontraram na Medicina a satisfação em ajudar ao próximo a conquistar novamente um dos nossos principais sentidos: a visão.
Já o casal Edmilson e Teresa Cristina, Cirurgião Geral e Pediatra, respectivamente, também começaram juntos este verdadeiro sacerdócio que é a Medicina. E, embora com grandes possibilidades profissionais em Brasília, onde se graduaram, eles optaram por São José para a sorte de milhares de pacientes que já consultaram com ambos.
Além de exercer a Medicina, Dr. Edmilson acumula há 29 anos a presidência da Unimed de São José do Rio Pardo, cargo que o fez dividir suas atenções profissionais e também voltar a estudar, já que fez pós-graduação em Administração com ênfase em Gestão em Saúde para a função na operadora de saúde.
Já a Dra. Teresa, não se pode afirmar se foi ela quem escolheu a Pediatria ou se a Pediatria a escolheu, já que suas duas gestações foram durante o curso de Medicina!
Coragem, aprendizado, curas e conquistas de uma família que é referência nestas 3 áreas médicas em São José e região.
Dr. EDMILSON: “EU SEMPRE QUIS SER MÉDICO - SEMPRE QUIS AJUDAR AS PESSOAS”
Assim Dr. Edmilson definiu seu amor à Medicina. Ele destacou que desde criança já sonhava ser médico e que isso se concretizou quando cursava o Ensino Médio. “Não tive outra opção a não ser a Medicina em minha vida. Sou mineiro, natural de Teófilo Otoni, e cursei a UnB - Universidade de Brasília. Tive contato com a área cirúrgica e gostei. Pensei em fazer especialização em Cirurgia Cardiovascular, Gineco-Obstetrícia, mas optei pela Cirurgia Geral. Depois de formado conheci os exames do trato digestivo, endoscopias alta e baixa, e fiz a opção pela realização destes porque gosto de fazer os diagnósticos dos pacientes. Aliás, isso me dá muito prazer: poder ajudar as pessoas dessa forma. A Medicina, em síntese, é isso: ajudar as pessoas”, disse.
A formatura aconteceu em dezembro de 1985 e 2 anos depois, em dezembro de 1987, Dr. Edmilson veio para São José. “Em Brasília fiz residência médica, e inclusive tinha boas oportunidades no Hospital das Forças Armadas, entretanto optei por Rio Pardo e por uma causa muito nobre: minha esposa é rio-pardense”, explicou.
Embora a cidade tenha sido acolhedora, Dr. Edmilson confessou que o início da carreira não foi fácil. “Era aquela velha pergunta: ‘de que família você é’ e como eu tinha dois sobrenomes de médicos conhecidos muita gente associava a eles, porém às vezes eu era tido como "médico de fora". Quero mencionar aqui minha gratidão a uma pessoa que me ajudou muito nesta época, o saudoso Natal Bortot, meu sogro, que realmente me apresentou à comunidade rio-pardense e me abriu portas para muitas oportunidades”.
Nestes 35 anos de Medicina, ele se recordou com muito carinho e respeito dos primeiros trabalhos na cidade. “Comecei como qualquer outro profissional, mais precisamente no PPA do Vale Redentor, onde trabalhei por 5 anos e depois passei a atender no PPA Central, além de ser plantonista às quintas-feiras no Pronto Socorro da Santa Casa por muitos anos. O Serviço Público foi uma experiência muito enriquecedora na minha vida profissional”.
Atualmente, o médico divide seu tempo realizando exames na Santa Casa, atendendo no consultório, além da presidência da Unimed. “Por conta do trabalho na Unimed parei com as cirurgias e me dedico aos exames e diagnósticos. Como presidente da Unimed são quase 30 anos, sendo a pessoa com mais tempo contínuo neste cargo em todo o Brasil”.
Atualmente, um de seus maiores sonhos, além de um compromisso com a sociedade, é a conclusão do Hospital da Unimed. “Quero vê-lo funcionando. Acho que esse é um dos meus maiores sonhos”, concluiu.
Dra. TERESA: OS FILHOS E A PEDIATRIA
A história de Teresa com a Medicina é um pouco diferente do esposo. “Sempre achei que cursaria Arquitetura, mas durante o colegial aqui tive aulas com o professor Conti e sinceramente me apaixonei pela Medicina. Fiz cursinho em Ribeirão Preto e optei por prestar o vestibular também na UnB, pois era uma das únicas onde às provas também aconteciam em julho”, explicou.
Por uma grata coincidência do destino, ela conheceu Edmilson no dia da matrícula. “E um ano depois disso o Bruno nasceu! Foi um momento muito delicado para nós, pois a partir dali entendemos o que realmente era ‘se virar para fazer acontecer’. Assim fizemos. Nossa segunda filha, Mariana, nasceu 9 meses depois da minha formatura. Confesso que pensei em fazer especialização em Ginecologia, mas a maternidade me levou à Pediatria. Na verdade, ela me escolheu e eu a escolhi!”.
Apesar de também ter feito especialização em Brasília, com grandes possibilidades de trabalho, a médica optou por voltar à sua terra natal. “Sempre quis voltar e quando realmente voltei meus pais me acolheram. Ser ‘a filha do Natal Bortot’ também me ajudou muito. Ele foi uma pessoa muito conhecida, querida e respeitada na cidade”.
Assim como Dr. Edmilson, seus primeiros trabalhos foram no Serviço Público. “Atendi no PPA Vale Redentor, Sítio Novo, Itobi, Tapiratiba e no Posto de Saúde. O trabalho no setor público é uma grande vitrine para nós, médicos. Formamos nossa clientela a partir dele. Conciliei durante anos as consultas públicas e o consultório, sendo que houve uma grande melhora na questão dos atendimentos particulares quando a Unimed inaugurou aqui”, afirmou a médica.
Dra. Teresa ainda teve a oportunidade de trabalhar como perita médica pelo INSS entre os anos de 2005 a 2015. “Foi uma experiência diferente de tudo que já vivi. Estava acostumada a atender crianças e, de repente, após 20 anos, passei a atender adultos também. Mas confesso que minha paixão é mesmo a Pediatria. E hoje, quando falamos em Pediatria, não resumimos ao atendimento exclusivo das crianças, mas orientações a toda a família”, observou.
Dr. BRUNO: CONHECIMENTO ALIADO À TECNOLOGIA PARA A VISÃO
Embora ainda muito jovem, aos 39 anos, Dr. Bruno já possui uma ampla experiência médica na área oftálmica. Entretanto, Medicina não foi sua primeira opção à carreira profissional. “Prestei vestibular para Engenharia da Computação e passei no curso na Unicamp, onde permaneci por um ano e meio. Mas aquilo realmente não era o que eu queria. Me vi novamente com o guia do estudante em mãos para saber o que eu ia fazer dali para frente, já que deixei o curso. A única coisa que eu tinha certeza é que queria trabalhar com pessoas, servi-las de alguma forma. E encontrei isso na Medicina”, contou.
Bruno cursou a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e, curiosamente, um dos motivos que o fez optar pela especialização em Oftalmologia foi uma cirurgia refrativa a qual passou alguns anos atrás, bem como a satisfação em fazer os pacientes voltarem a ter uma boa visão, recupera-la. “Além disso, sempre gostei da parte cirúrgica, aliada à tecnologia. E na Oftalmologia isso é muito presente”.
O oftalmologista fez Residência no próprio Hospital de Base em Rio Preto, considerado a segunda maior instituição em saúde pública do Brasil. A especialização em Catarata e Retina Clínica foi feita em São Paulo, onde Dr. Bruno também trabalhou. “Tive a oportunidade de trabalhar em uma grande operadora de saúde e adquiri experiência nas cirurgias de catarata. Foram mais de 5.000, uma média de 120 por mês. Aparentemente simples, essa cirurgia é muito delicada. Graças à evolução tecnológica, tem se tornado cada vez mais segura e capaz de proporcionar, além da recuperação da visão, uma independência cada vez maior dos óculos no pós-operatório.”.
Todavia, o médico nunca teve como meta construir sua carreira em São Paulo. “Por algum tempo conciliei o trabalho em São Paulo e aqui, onde comecei no Serviço Público, na sala de Oftalmologia do SUS, mas estava muito difícil dividir a semana entre os atendimentos em São José e na capital. Minha decisão foi apoiada pela Fernanda, inclusive porque também tínhamos o sonho de ter filhos e aqui a qualidade de vida para uma criança é bem melhor que em São Paulo”, disse.
Quando voltaram a São José, os doutores Bruno e Fernanda tinham um consultório provisório. “Porém, o espaço se tornou pequeno e diante dessa nossa vinda para cá meu pai teve a iniciativa de construir a clínica, não apenas para Fernanda e eu trabalharmos, mas para ele e minha mãe também”.
Atualmente, além das especializações, Dr. Bruno atende desde pacientes infantis até a Melhor Idade. Ele concluiu destacando que o mais gratificante da profissão é saber que através da oftalmologia pode mudar a vida de um paciente. “Quando passamos uma receita de óculos simples ou num pós-cirúrgico e o paciente volta a ter uma visão de qualidade, aquilo muda a vida dele. Para nós, enquanto médicos, é uma grande satisfação”.
Abaixo, a formação e as especializações do Dr. Bruno Bortot de Souza
- Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP - em 2007
- Residência em Oftalmologia pela FAMERP - 2010
- Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2010
- Fellowship (especialização) em Catarata e Retina Clínica pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2011/2012)
- Pós-graduação em Óptica Cirúrgica pela Unifesp (2018)
Dra. FERNANDA: AMOR AO TRATAMENTO DA VISÃO SUBNORMAL
“Eu queria fazer algo que me desafiasse. A princípio queria ter prestado vestibular para o ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Entretanto, optei pela Medicina. Fiz cursinho e passei no vestibular na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Fiquei encantada com a cidade, já que sou paulistana. Nasci e fui criada em um bairro da capital, o Jaçanã, e agora estava diante de uma cidade do interior, que me acolheu muito bem”, explicou a Dra. Fernanda com relação à opção pela Medicina.
E a médica seguiu a Oftalmologia justamente porque foi vítima de uma conjuntivite e começou a prestar mais atenção nesta área médica. “O que também me auxiliou na escolha foi o trabalho voluntário. Passei um ano em Porto Velho, junto à Força Aérea Brasileira, cuidando de uma população absolutamente carente, o que incluía índios e povos em comunidades remotas. Vivi uma realidade completamente diferente daqui e isso me fez, literalmente, enxergar a oftalmologia”.
Fernanda fez especialização no Hospital das Clínicas de São Paulo em uma área pouco escolhida pelos médicos, a Visão Subnormal ou Baixa Visão. “É uma área extremamente gratificante de se trabalhar, pois é muito complexa. Sou apaixonada pelo que faço e poder fazer algo para que um paciente volte a enxergar pelo menos o mínimo para que possa melhorar sua qualidade de vida é o que me motiva todos os dias. O principal objetivo do tratamento na Visão Subnormal é exatamente reabilitar a pessoa”.
Assim como aconteceu com o casal Edmilson e Teresa, o filho Bruno também conheceu Fernanda na faculdade. “O início da nossa relação aconteceu durante a residência médica. Depois disso nos tornamos companheiros na vida e na profissão, já que sempre acompanhei o Bruno, inclusive na época em que prestávamos atendimentos aqui em Rio Pardo e em São Paulo”.
Pais de duas filhas, Fernanda e Bruno trabalham juntos na clínica da família e acreditam que fizeram a escolha certa ao optarem por exercerem a profissão em São José. “Fomos e ainda somos muito bem recebidos pelos rio-pardenses e toda a região. Nossos atendimentos estão em uma crescente e aqui dispomos de recursos para fazer uma Medicina de qualidade assim como é realizada em grandes centros”, observou o casal.
Abaixo, a formação e as especializações da Dra. Fernanda da Silva Leal de Souza.
- Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP - em 2006
- Residência em Oftalmologia pela FAMERP - 2010
- Título de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2010
- Fellowship (especialização) em Visão Subnormal e Reabilitação Visual pela Universidade de São Paulo (2011/2012)
- Título de Especialista em Medicina do Tráfego pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego em 2012
- Pós-graduação em Glaucoma pela Unifesp (2017)
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