Crianças que choram muito quando querem algo, que dão verdadeiros “espetáculos” em ambientes públicos quando são frustradas, que se atiram no chão, esperneiam e gritam. Quem nunca presenciou uma cena dessas? Os pais numa situação dessas sempre ficam sem saber o que fazer: ceder, brigar ou ignorar?
Birras são comportamentos que incomoda quem cuida e quem está em volta, geralmente feito por crianças que estão querendo alguma coisa. A birra tende a acontecer mais por comportamentos de teimar ou insistir em algo. Por mais que não pareça, são aprendidas com a reação que os adultos têm diante delas e se repetem com frequência quando as crianças conseguem dessa forma o que querem. A criança aprende que toda vez que ela faz birra ela tem o que quer e conforme ela vai crescendo, o comportamento da birra vai ficando mais elaborado, com respostas inadequadas aos adultos e até agressões.
O que mantém esses comportamentos inadequados são os comportamentos de quem cuida (os adultos). Se numa situação dessas, os pais dizem não três, quatro vezes e na quinta vez ele não aguenta mais o choro e cede, ele está “reforçando” este comportamento, ou seja, mostrando e ensinando para a criança que é dessa forma que se consegue o que quer e que para conseguir as coisas é só repetir isso, fazer birra, que conseguirá em algum momento.
Então o que pode ser feito para que isso não aconteça? Geralmente prevenir que a birra comece desde cedo, como dizer não e manter a palavra, ou quando este comportamento já está instalado, modificar a forma de inibir estes comportamentos, dizendo não nas horas certas e ignorar as birras que certamente acontecerão, ou seja, não reforçar mais estes comportamentos argumentando, gritando, ameaçando ou com qualquer outra atitude. A criança começará a entender com o tempo que não tem mais o que quer dessa forma e mudará o modo de pedir ou começar a entender que nem tudo é mais permitido, pois os nãos serão mantidos.
Aliás, esses comportamentos de choros intensos trazem sofrimento tanto para a criança, como para quem está cuidando. Assim que a criança aprende a lidar com as frustrações ela não sofre tão intensamente com pequenas coisas e não provoca mais estresse para quem convive com ela. Outra maneira é ponderar o comportamento quando a criança é maior e já entende, propondo combinações com ela de trocas ou de esperar a hora certa para ter o que quer. O castigo nem sempre funciona, porque muitas vezes, os filhos irão entender que estão sendo punidos por aquele comportamento e quando se acostumam com o castigo eles continuam com as birras da mesma forma, fazendo com que os pais aumentem cada vez mais os castigos gerando mais frustrações e não soluções para os problemas.
Assim, a orientação de pais por um psicólogo, pode contribuir muito para modificar estes comportamentos das crianças. A partir dessas orientações, o psicólogo e os pais podem analisar o que está ocasionando e mantendo os comportamentos inadequados e propor estratégias mais eficazes para a diminuição ou desaparecimento dessas situações.